22/12/2016 às 06h14min - Atualizada em 22/12/2016 às 06h14min
Manifestações dos servidores e de seus representantes levam a ALEPI a suspender a votação da PEC 03/16 e dos projetos de leis 76/16 e 77/16
Os servidores públicos, civis e militares do Estado do Piauí, atendendo aos chamados de suas entidades de classes, lotaram ontem, 21, as dependências da ALEPI, mais precisamente a sala da CCJ, onde seriam votados a PEC 03/2016 e os projetos de leis 76/2016 e 77/2016; as dependências da sala da Presidência da casa e o corredor que dá acesso ao plenário, onde, durante toda a manhã e início da tarde fizeram uma grande manifestação pública, forçando os parlamentares piauienses a suspenderam a votação das mencionadas matérias.
Logo nas primeiras horas do expediente da casa, vários presidentes de associações e de sindicatos dos servidores, dentre os quais os Presidentes do SINDSJUS e do SINDOJUS, foram recebidos pelo líder do Governo, Deputado João de Deus e pelo relator da PEC, Dep. Aluísio Martins, oportunidade em que todos os representantes de classe pediram a Suas Excelências deputados a retirada das matérias de pauta.
À hora aprazada para votação das matérias na CCJ, centenas de servidores e seus representantes lotaram a sala para acompanharem a votação, contudo, passado mais de uma hora prevista para início dos trabalhos, nenhum deputado compareceu.
Ante o não comparecimento dos deputados membros da CCJ e os fortes rumores que surgiam a todo instante dando conta de que Suas Excelências deputados encontravam-se reunidos a porta fechadas no gabinete da Presidência da Casa, discutindo e tentando votar e aprovar as matérias longe da vista dos servidores, estes deslocaram-se até a sala da Presidência da casa e lá chegando constataram que não só os membros da CCJ, mas praticamente todos os parlamentares piauienses encontravam-se na sala da Presidência da casa, a porta fechadas e, de fato, discutiam a PEC e os projetos de leis em comento.
Constatado tal fato,os servidores e seus representantes, apreensivos com o desfecho desfavorável que poderia advir aos servidores com a votação das matérias a porta fechadas, pediram aos seguranças para ter acesso à sala onde as matérias de seus interesses estavam sendo discutidas e, provavelmente votadas, mas foram impedidos pelos seguranças da casa.
Reverbere-se que os servidores e seus representantes não quedaram-se inertes. Tentaram dialogar, argumentar e demonstrar aos seguranças a necessidade e o direito legal e constitucional dos servidores ou de seus legítimos representantes ter acesso ao local onde matérias de seus interesses estavam sendo discutidas e provavelmente votadas, contudo, mais uma vez os seguranças não permitiram o acesso e, com o apoio e incentivo de um grosseiro e atrevido senhor que se dizia policial militar e que a todo instante levava a mão à cintura, como se fosse sacar uma arma, partiram pra cima dos servidores e de seus representantes, colocando em risco a integridade física de honrados trabalhadores e trabalhadoras que simplesmente queriam usar do direito constitucional de ter acesso à sala onde assuntos afetos aos seus salários e previdência estavam sendo discutidos e, possivelmente, votados.
A despeito dos servidores e de seus legítimos representantes encontrarem-se em total desvantagem, haja vista o reforço que quase toda a polícia militar da capital, tropa de choque, seguranças de parlamentares, etc deram aos seguranças da casa, os quais cercaram e acuaram os servidores e seus representantes em pequenos corredores que dá acesso à sala da Presidência, os mesmos resistiram e conseguiram fazer com que os deputados os recebessem e atendessem um requerimento formulado e assinado pelo SINDSJUS e pelo SINDOJUS, com a chancela e assinatura do SINTE/PI, SINPOLJUSPI, SINPOLPI e outros sindicatos e associações, e suspenderam as votações da PEC 03/16 e dos projetos de leis 76/2016 e 77/2016.
Após isso os parlamentares reuniram-se no plenário da casa e, novamente a porta fechadas, discutiram e votaram inúmeros projetos de leis, alguns, segundo se soube, afetos aos servidores do Judiciário, o que levou os servidores e seus representantes a fazerem mais uma manifestação pública, desta feita no pátio da Assembleia, com uso de carro de som, tendo dela também participado o Presidente do SINDSJUS e do SINDOJUS.
Durante toda as ações legítimas ocorridas na ALEPI no dia de ontem, 21, que culminaram com as suspensões das votações das supramenciondas matérias, os servidores do Poder Judiciário do Estado do Piauí foram representados pelo SINDSJUS, através de seu Presidente, Senhor Carlos Eugênio de Sousa e pelos diretores Kleber Vieira Paulo e Manoel Alves de Araújo Filho, e pelo SINDOJUS, representado pelo seu Presidente Maércio Maia e pelos diretores Adriano Brandão, Queiroz, Marcelino, Mamede e Messias.
O SINDSJUS e o SINDOJUS RECONVOCAM os servidores do Judiciário piauiense para se fazerem presentes hoje, 22/12/2016, a partir das 8:30 horas, na ALEPI, para acompanharem as sessões das comissões e do plenário e tentarem barrar qualquer tentativa de votação das supracitadas matérias.